Júri-de-ex-ginasta-é-adiado
Além dela, pai do bebê também é acusado de favorecimento pessoal, por ter ajudado a ex-companheira a se esconder. Crime aconteceu em junho de 2018 em Santos, no litoral paulista.
Por G1 Santos
25/08/2021 11h25 Atualizado há 2 semanas
Ana Carolina Moraes da Silva, de 29 anos, foi presa em Santos, SP — Foto: Arquivo Pessoal
A sessão de júri da ex-ginasta Ana Carolina Moraes da Silva, acusada de matar a filha recém-nascida ao jogá-la em um duto de lixo do 6º andar de um prédio, foi adiada. Conforme apurado pelo G1, o plenário estava marcado para ocorrer nesta quarta-feira (25), mas foi adiado após um pedido da defesa da mulher. Além dela, o pai da criança, Guilherme Bronhara Martinez Garcia, também é acusado pelo crime.
A decisão de que ambos passariam pelo Tribunal do Júri foi publicada em abril deste ano, mas ainda sem data. Em julho, foi decido que o julgamento de ambos ocorreria nesta quarta-feira, no Foro de Santos. No entanto, a defesa da ré pediu pelo adiamento, sob a alegação de ter conseguido novas provas, que podem ajudá-la a ser absolvida.
“Essas provas não tinham sido alcançadas ainda, e foram colacionadas aos autos. Tanto o Ministério Público quanto o magistrado aceitaram as provas, não só novas testemunhas, como também provas materiais”, explica o advogado de Ana, Enio de Moraes Pestana Junior. O pedido foi deferido na terça-feira (24), um dia antes da sessão. Conforme consta na decisão do juiz Alexandre Betini, uma nova data será marcada.
Menina foi achada em um saco, dentro de lata de lixo em Santos, SP — Foto: Nirley Sena/A Tribuna Santos
Ana Carolina está presa desde 2018 na Penitenciária Feminina I de Tremembé (SP). Ela é acusada de homicídio triplamente qualificado, por motivo torpe, já que a investigação policial apontou que ela matou a criança por não querer criá-la. Ela também responde por ocultação de cadáver e poderá cumprir até 30 anos de prisão.
Guilherme, que morava com a mulher na época do crime, responde em liberdade por favorecimento pessoal, acusado de ter ajudado a companheira a se esconder.
Jogada pelo fosso de lixo
O corpo da menina recém-nascida foi encontrado dentro de uma lixeira, em frente ao prédio onde o casal morava, em junho de 2018. O bebê estava enrolado em jornais e amarrado dentro de um saco de lixo preto, com um elástico de cabelo enrolado em seu pescoço. Segundo a polícia, o bebê foi morto apenas algumas horas depois de nascer.
Criança foi lançada em fosso de lixo (esq.) e caiu dentro de lixeira 6 andares abaixo (dir.) — Foto: Divulgação/Polícia Civil
A queda do 6º andar, segundo o Instituto Médico Legal (IML), foi a causa da morte, já que foi constatado traumatismo craniano na criança, e não havia indícios de asfixia, como indicou a polícia inicialmente.
Um cupom fiscal da compra de um pacote de fraldas descartáveis, achado em meio ao corpo do bebê, foi o pontapé inicial para a localização do pai da criança. Abordado nas redondezas do prédio onde morava, foi ele quem indicou que Ana Carolina e a filha, de 3 anos, estavam em outra cidade.
Na época do crime, de acordo com o delegado Renato Mazagão Júnior, responsável pelo caso, foi localizada uma lixa metálica e pontiaguda dentro do apartamento, o que reforçaria a hipótese de ela ter sido usada para a asfixia, já que a criança tinha ferimentos de perfuração no pescoço. No entanto, a advogado Leticia Giribelo, que também faz parte da defesa de Ana, afirma que laudos técnicos descartaram a presença de material genético no item citado. “Isso não foi usado para perfurar ou asfixiar a criança. Todos os laudos descartam essa possibilidade levantada pelo delegado”, explica.
Cupom fiscal estava no saco onde foi achada a criança, e ajudou a localizar o pai, em Santos, SP — Foto: Divulgação/Polícia Civil
Ainda segundo o delegado, Ana Carolina trocou mensagens de texto no WhatsApp com o pai do bebê antes do crime, demonstrando insatisfação com a filha e dito não querer ‘mais uma boca para comer’. Ele chegou a sugerir que ela fosse embora para Ribeirão Preto. Depois, diz ‘você matou minha filha’, seguido de ‘se livra disso'”, afirmou o delegado.
O casal foi preso no mesmo dia, mas o pai, porém, foi solto na manhã seguinte, em decisão que foi acompanhada pelo Ministério Público. Ele foi indiciado por favorecimento pessoal. Já a mãe foi indiciada por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver.
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