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Foto do escritorEnio Pestana

Morte de Advogada e do marido teria sido motivada por Ação Cível


Assassino perdeu disputa judicial vencida pela vítima, que o obrigava a pagar R$ 2 mil mais uma multa


Advogada Marleni Fantinel Ataíde Reis e o marido Marcio Ataíde morreram com golpes de faca e facão, em Peruíbe (Foto: Reprodução/Facebook)


Uma disputa judicial teria sido o estopim para que o pedreiro Antonio Ferreira Silva matasse a advogada criminalista Marleni Fantinel Ataíde Reis, de 68 anos, e o marido dela, Márcio Ataíde Reis, na tarde do último sábado (3), em Peruíbe. A informação foi confirmada pelo advogado da família da vítima, Enio Pestana.



A advogada passava o fim de semana com o marido em uma chácara na área rual da Cidade, quando o casal teria sido surpreendido pelo assassino. De acordo com o boletim de ocorrência, que citou informações relatadas pela vítima, Antonio Ferreira Silva entrou na casa e, primeiro, matou Márcio, com um tiro de espingarda nas costas. Depois, foi até Marleni e a atingiu nove vezes com um facão, antes de fugir.


Segundo o delegado titular da Delegacia de Peruíbe, Marcos Roberto da Silva, em entrevista para a TV Tribuna, testemunhas teriam dito que Antonio Ferreira Silva foi visto saindo do local segurando uma espingarda, com a roupa ensanguentada e confessado o crime.


A ação em questão foi movida por uma das filhas da vítima, em 2011. Ela havia vendido um carro ao pedreiro em 2008, mas o suspeito não realizou a transferência do nome no documento. Com isso, as multas recebidas pelo suspeitos foram emitidas no nome da filha de Marleni.


A filha de Marleni foi à Justiça cobrar a transferência do carro e entrou com uma outra ação por danos morais contra o homem. A advogada acompnhou o caso e a condenação de Anotnio Ferreira Silva saiu em junho 2018. O juiz Alexandre das Neves decidiu que Antonio teria de pagar R$ 2 mil por danos morais, além de estar sujeito à multa de R$ 100 por dia, em caso de descumprimento da decisão.


Antes do crime, o pedreiro já havia feito outras ameaças a Marleni. O fato foi relatado por uma das filhas da vítima e confirmado pelo advogado da família.


Segundo Enio Pestana, o suspeito nasceu na região e está acostumado com a mata e a realizar caçadas. "Ele é nascido e criado lá, conhece bem a região, é caçador. Essa espingarda que ele utilizou para atingir o Márcio é uma espingarda de caça, tanto que ela deu um disparo só. E ele foi para cima dela com a faca e desferiu nove facadas", comentou o advogado, que destacou ser normal pessoas caçarem naquela região.

O responsável pela defesa da família da vítima ainda informou que alguns pertences foram levados de Marleni, como a bolsa, as chaves de uma caminhonete modelo Ford Ranger e joias.


Antonio Ferreira Silva segue foragido. A Polícia Ambiental tem ajudado nas buscas pela mata. Enio Pestana deseja que a unidade Comandos e Operações Especiais (COE) seja chamado para auxiliar na captura do suspeito. O COE é uma unidade de elite da Polícia Militar de São Paulo que atua em operações de alto risco.


Advogado Enio Pestana representa a família das vítimas (Foto: Reprodução)



Advogado lamenta demora no atendimento


Enio Pestana também criticou a demora no atendimento de Marleni. De acordo com advogado, o período entre o resgate e o óbito da advogada foi de duas horas. Para ele, a vítima deveria ter sido socorrida e levada diretamente para um hospital, sem passar pela Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) de Peruíbe.


"Perderam muito tempo no socorro. Levaram ela para a UPA em Peruíbe, que não tem estrutura nenhuma. Chegou lá e viram que se tratava de uma situação grave. Aí que encaminharam para o Hospital Regional de Itanhaém. Nesse percurso total demorou mais de 2 horas. Ela chegou com vida em Itanhaém e lá não resistiu aos ferimentos", disse o advogado, que prosseguiu.


"A Polícia não tem estrutura, infelizmente. Se o estado de São Paulo tivesse fornecido um socorro de helicóptero, com certeza o resultado era outro", finalizou.

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